Pais Conselheiros




Pv 4:1-2

Filhos, escutem o que o seu pai ensina. Prestem atenção e compreenderão as coisas.
"O que eu ensino é bom; portanto, lembrem dos meus conselhos."

A sabedoria conclama aos filhos para ouvirem seus pais. Isso evoca dois pressupostos importantes na relação entre pais e filhos:

1) Filhos que valorizam o conselho dos pais.
2) Pais com competência em termos de aconselhamento.

Você já se perguntou a razão dos filhos terem dificuldade de escutar os pais? Certamente a resposta não é única. 

A começar pela própria resistência que possuem a partir de sua compreensão de vida e mundo. Neste sentido é importante que tenham autonomia reflexiva, no entanto, esse processo só é relevante se for baseado no diálogo e não na discussão.

Mas o que destitui a autoridade dos pais no sentido de falar, de aconselhar?

Os filhos crescem, ampliam suas percepções e irão dia a dia testar, validar o caráter e efetividade da relação e das orientações. Se o respeito ou a sabedoria falhar, tudo fica fragilizado.

Conforme o provérbio acima indicado, o pai assume seu papel e função de alguém que irá compartilhar algo importante, ele irá ensinar seu filho.

A convocação para receber atenção está justificada no fato de que o ensino trará compreensão. E compreender as coisas é o que os filhos mais buscam no seu desenvolvimento. 

Os pais deveriam refletir se estão ocupando o papel e função de conselheiros que ensinam e se o que ensinam trazem compreensão para seus filhos. 

A convicção do que os pais vão compartilhar está baseada no reconhecimento de que aquilo é algo realmente bom para a vida de seus filhos. E esse é o maior incentivo para que os filhos se lembrem do que seus pais ensinaram.

A experiência mostra isso. As pessoas lembram dos ensinos mais preciosos de seus pais, elas guardam as instruções que foram recebidas em palavras e atitudes e repassam para a próxima geração.

Isso só é possível porque houve o reconhecimento de que aquilo era realmente bom e importante para a vida. Foi algo que superou todas as trivialidades, que marcou a história, que deu sentido, que trouxe entendimento.

Gosto de repetir minha experiência pessoal. Meu pai me ensinou a fazer um cesto de bambu e minha mãe a lavar a louça. Mas não foi só isso. Com o cesto de bambu, meu pai me ensinou a ensinar e com os exercícios diários de lavar a louça, minha mãe me ensinou a valorizar o que nem sempre é valorizado, e ainda, a compartilhar as tarefas que muitos querem fugir.

No cesto vazio de bambu estava o valor da presença de um pai presente. Nas pilhas de louça, os conselhos intermináveis que revelavam cuidado e amor.

"O que eu ensino é bom; portanto, lembrem dos meus conselhos."

Ederson Malheiros Menezes

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