JESUS - IDENTIDADE E REVELAÇÃO




JESUS: IDENTIDADE E REVELAÇÃO

Dentre os interesses que permeiam a escrita dos Evangelhos está o desejo de que o Messias (Cristo) seja reconhecido como Filho de Deus, especialmente de que sua origem fique clara, ou seja, Jesus veio da parte de Deus e é o Seu Filho.

As referências bíblicas ao Antigo Testamento nos Evangelhos, especialmente as que remetem aos textos proféticos têm o objetivo de auxiliar na compreensão da relação de Jesus com o Messias prometido. E de certa forma, evidenciar sua identidade.

Os contrastes entre as expectativas messiânicas do Antigo Testamento e a realidade que retrata a chegada de Jesus precisam ser compreendidos de uma forma diferenciada. Pois a expectativa de um Messias político, pouco se harmoniza ao tipo de governo que se apresenta em Jesus – a não ser que os fatos sejam compreendidos corretamente pela revelação atual, apresentada em Cristo. Desta forma, em vez de revolta e guerra, sobressaem o arrependimento e a necessária pacificação com Deus. E o problema principal não é o externo, político, social, econômico, mas acima de tudo, o interno e espiritual.

Os contrastes de imagens de um reinado humano em conflito com o de um servo sofredor desdobram-se em todos os aspectos da mensagem cristã. Algo que até hoje enfrenta desafios de compreensão e consequentemente evidência nas práticas cristãs - alguns ainda querem ser políticos e outros miseráveis. Assim, nos dias atuais, desde o culto ao sofrimento até o reinado dos descendentes divinos, configurações múltiplas evocam a “essência” do Evangelho para si.

A honra que precisa ser percebida em Jesus não está visível pelos parâmetros do mundo. A compreensão e espiritualidade em expectativa, evoca uma percepção diferenciada, pois está sustentada em uma realidade diferente de governo e autoridade. Neste sentido a mente humana constantemente promove seu autoengano, e em vez de decifrar a revelação, fica confusa e a revelação mantém-se obscura - alguns demoram para compreender, e outros nunca chegam lá...

A confusão entre expectativa humana e realidade da revelação divina é tão grande que só se torna possível crer em algumas circunstâncias porque os sinais realizados por Cristo autenticam sua identidade e ministério. Tudo é um contrassenso até que o milagre acontece. Então, alguns não têm dúvida e outros têm muita raiva. E a obra que tem seus efeitos de fora para dentro, também começa a produzir efeitos de dentro para fora. É a revolução do Evangelho Encarnado - algo supra racional.

Em toda esta experiência e processo, não apenas a linguagem e o comportamento são estranhos, mas novos elementos se apresentam e causam espanto e reconhecimento de que nos lugares mais improváveis, das formas mais estranhas e diferentes, através de personagens inusitados, Deus está agindo e se movendo. E isso ainda é tão atual!!!

Mas o fato final era de que havia algo que era mais suntuoso do que belas roupas, mais glamoroso do que esplêndidos palácios e mais renomado do que as recomendações dos altos governos. Tratava-se da declaração do próprio Deus: “Tu és meu Filho amado; em ti me agrado”. Ponto Final!!!

Ederson Malheiros Menezes (teólogo, licenciado em sociologia, especialista em educação e mestre em práticas socioculturais e desenvolvimento social)

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