ONDE ESTÁ DEUS NESSA CONQUISTA?

ONDE ESTARIA DEUS NESSA CONQUISTA

Vamos fazer da ocasião, oportunidade. Alguns indagaram... Onde estaria Deus nessa conquista... Todo questionamento gera uma oportunidade (em grande parte fruto intencional) de resposta e gostaria que essa fosse reflexiva e bem fundamentada nas próprias verdades bíblicas. Mais ainda, que ela promovesse algo bom: um passo de uma fé mais consciente. (Obrigado aos questionadores…).

Será que Ele estaria na ausência da declaração textual? Será que o "evangeliquez" (essa linguagem interna religiosa) é suficiente para definir a presença do divino na vida e história de alguém? Não seria esse um dos maiores problemas da superficialidade do cristianismo no Brasil? Será que Ele estaria restrito à linguagem? Será que Ele estaria, na busca incessante da aparente falha de alguém para autopromoção pessoal a partir dessas "fragilidades percebidas"? Será que Ele estaria na "acusação" - na destituição do humano pelo humano? Será que Ele estaria no incessante exercício humano de nossos dias que interpreta tudo a seu bel prazer em caráter dogmático, interpreta pessoas sem conhecê-las ou mesmo dialogar com elas - interpreta sem acesso ao original? Será que Ele estaria nesse único formato institucionalizado e cheio de esteriótipos contraditórios? Desculpe desapontá-lo, esse divino não faz parte de minha história.

O Deus que eu sirvo é o próprio Verbo que se fez Carne - A Palavra Viva, Onipresente, não é uma linguagem - Ele é o Verbo que precede e transcende qualquer linguagem. O Deus que eu sirvo atua respeitosamente no convencimento humano acerca de seus descaminhos, está para além da religião institucionalizada, dos esteriótipos e dos pré-conceitos. Ele é o Deus de paz, Deus com projetos e propósitos que se projetam para o futuro, que inferem concretamente na vivência humana “aqui para lá”. Ele não viola o direito da experiência, é o próprio Designer da diversidade, por isso, dialoga de forma plural com as múltiplas histórias de vida. Ele destitui a vida na carne para constituir a vida no Espírito, cujos frutos estão fora de qualquer eixo de negatividade, mas retratam relações humanas em uma condição totalmente diferente do predominante religioso. Paradoxalmente, Ele está nessa relação de re-ligação (religião) que é muito mais do que a própria história religiosa de uma só versão.

Você percebe a dificuldade e limitação de traduzir Deus em Palavras, principalmente desconectas da realidade maior, distantes e limitadas. Por isso, Ele está antes, durante e depois, não só da conquista, recebendo o que Lhe pertence por direito, sem questionamento ou mesmo (in)consciência de alguém que o faz. No final, Ele será o juiz – não é assim, e então cada um verá a história de um olhar que deixou oportunamente de possuir – um olhar almejado, mais abrangente, mais ordeiro do caos, mas complexo, mais inclusivo. Por isso, vamos deixar Deus ser Deus Eterno, restando para nós hoje, nesse momento, celebrar a conquista com a maior consciência possível, além da expectativa dos seus benefícios para o coletivo.

O questionamento foi maravilhoso, e deveria acontecer com maior regularidade, para se pensar acerca daquilo que se acredita. O questionamento é algo fantástico quando promove o diálogo, muito melhor do que as “acusações” e falácias de bastidores que nunca ultrapassam o fato de ser “incógnitas improdutivas de bastidores”. O questionamento dialógico deve oportunizar que juntos possamos viver mais e melhor. E se a rede social, conseguir auxiliar na promoção dessa realidade (sair da superficialidade – o que é um exercício pessoal), poderá ser um importante aliado para vida. Que grande oportunidade!!!! Muito maior que a conquista.

Mas se você prefere de outro jeito, tem opção... Ele está lá, no primeiro item dos "Agradecimentos" nas páginas pré-textuais da dissertação.

(Ederson Malheiros Menezes - teólogo, sociólogo, especialista em educação e mestre em práticas socioculturais e desenvolvimento social).

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