O avivamento em Jerusalém

O AVIVAMENTO EM JERUSALÉM1

Lc. 24.49 - Os discípulos deveriam esperar em Jerusalém pela promessa do Pai.
At. 1.14 – Todos eles se reuniam em oração.
At. 4.13 – A coragem de Pedro e João – a explicação só pode ser que o revestimento do Espírito tinha mudado completamente sua preocupação com a autoproteção.
At. 2.34-36; 3.14.15 – As pregações aplicadas pelo Espírito produziram profunda aflição aos corações (lit. “foram transpassados”) dos ouvintes. O arrependimento profundo e duradouro é marca confiável de uma avivamento realizado por Deus.

OS RESULTADOS DO AVIVAMENTO

As marcas da transformação dos corações, e não somente a troca de religião, estão relacionadas em Atos 2.42-47.

Amor à Palavra: “se dedicavam ao ensino dos apóstolos”. Em nossos dias sabe-se da importância da alimentação, mas não se assenta à mesa como um faminto. Uma renovação realizada pelo Espírito cria fome pelas Escrituras.

Apego à comunhão: “tinham tudo em comum”. Um avivamento genuíno transforma esses meros ajuntamentos em comunhão de verdade “koinonia – participação em comum”. Um egoísmo natural do ser humano, herdado de Adão, se submeteu a um poder maior. A koinonia entre os irmãos nos primórdios da igreja em Jerusalém a identifica como “avivada”.

A valorização do partir do pão: O “partir do pão” refere-se tanto às refeições de amor como à celebração da “Ceia do Senhor”. A regeneração mudou radicalmente os relacionamentos. A marca especial de júbilo (v. 46) acompanhava as refeições cúlticas.

Os avivamentos constrangem crentes a passarem pela experiência de confissão e arrependimento. Jonathan Goforth escreve:

“Estamos convencidos de que a maioria dos crentes vivem em um nível muito inferior àquele que nosso Senhor planejou para eles. Somente uns poucos parecem realmente “possuir seus bens”. Nunca será demais salientar a nossa convicção de que todo obstáculo na igreja se deve ao pecado. De fato, o que espanta é que todo o pecado que pode ser visto fora da igreja também é encontrado no seio da igreja, embora talvez em grau menos intenso. Imagino que perderíamos muito de nossa justiça própria se descobríssemos que o orgulho, a inveja, o mau humor, a difamação, a ganância e todas as coisas semelhantes são exatamente tão odiosas aos olhos de Deus como os chamados pecados maiores. Todo pecado no crente, qualquer que seja sua espécie, mancha a obra redentora de Cristo. […] A imundície e a culpa de sangue das igrejas só podem ser dissipadas pelo Espírito de justiça e pelo Espírito purificador”.

Um avivamento torna o pecado no seio da igreja tão intolerável como um câncer agressivo. Que outra explicação poderia haver para as mortes súbitas de Ananias e Safira, na igreja de Jerusalém, cheia do poder de Deus? O pecado deles não parece, de maneira alguma, grave suficiente para merecer a morte. Mentir, porém, ao Espírito Santo, a Pessoa responsável pela pureza e saúde espiritual da igreja, é seríssimo numa igreja movida e controlada pela presença real de Deus.


At. 4.24-30 - O prazer da oração. Os discípulos reconheceram a soberania divina e não pediram livramento dos perigos e das ameaças, mas rogaram pelo poder necessário para proclamarem a mensagem salvadora e os milagres para comprovarem a atuação de Deus por intermédio dos seus representantes. Um avivamento produz uma atmosfera de confiança e bem-estar no meio da tribulação. Orar por um avivamento é orar segundo a vontade de Deus.

“[...] Esse profundo, contínuo, desejo honesto pela salvação de pecadores é o constitui o espírito de oração por um avivamento” (C. Finney).

At. 4.7 - A operação de maravilhas e sinais. O apóstolo se preocupou em não dar maior ênfase sobre a cura física para dar mais atenção ao poder salvador que unicamente Jesus exerce. A manifestação de milagres nos avivamentos, é, relativamente, rara. Mas acontecem. Curas milagrosas são relatadas nos ministérios de Moody, Wesley e Finney.

Testemunho: Ana fez parte de um grupo de 23 pessoas que participaram de um avivamento na ilha de Timor na Indonésia. “Ana, de apenas 25 anos, era analfabeta, mas isso não impediu que ela recebesse uma chamado para servir ao seu mestre. Um dos primeiros presentes que ganhou do Senhor foi quatro cânticos que ela decorou. Quando os cantava, os ouvintes se convertiam. Ela ia de casa em casa, pedindo que seus moradores levassem seus ídolos para fora de casa para queimá-los. Foi agraciada com o dom de profecia com que revelava os pecados individuais daqueles com quem se encontrava. Numa ocasião, entrou numa casa onde havia uma mulher cega. Depois de lhe explicar o caminho da salvação, derramou água nos olhos da cega que logo foi curada. Cada vez que encontrava uma pessoa cega, pedia ao Senhor o poder para curá-la. Deus a usou para curar dez cegos, mas somente após eles confessarem e se arrependerem dos seus pecados.”

At. 2.46-47 - Alegria do Senhor. Uma das marcas mais evidentes de um avivamento é a alegria do Senhor que invade o coração dos participantes. Nem a perseguição cruel conseguiu abafar esse gozo de Deus (At. 5.41). Pedro fala desta alegria em sua carta (1Pe. 1.6) – A palavra grega agalliao, que significa “exultar”, é rara. Comunica uma alegria espiritual sem explicação adequada pelas circunstâncias da vida humana. Qualquer operação do Espírito no coração que cria um amor maior por Deus necessariamente criará mais alegria na comunhão íntima com Ele. Isso acontece nos avivamentos realizados pelo Espírito Santo, como o que aconteceu em Jerusalém.

At. 2.47 – Louvor. O cerne da adoração consiste em responder à grandeza, bondade e beleza de Deus com expressões de amor e obediência. A espontaneidade da adoração caracteriza o coração dos que receberam perdão divino e se preparam para o dia glorioso da sua vinda (Sl. 89.1; Cl. 3.16; Hb. 13.15). Parece impossível que uma atuação mais intensa do Espírito num avivamento não fomente um crescimento e uma intensificação da adoração.

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1Estudo adaptado pelo Pr. Ederson Malheiros Menezes com citações a partir da obra Avivamento e renovação: em busca do poder transformador de Deus de Russell P. Shedd, Shedd Publicações: São Paulo, 2004. p. 23-56

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